CONTRIBUA VOCÊ TAMBÉM COM A CAMPANHA DE
FINANCIAMENTO COLETIVO PARA CELEBRAR OS 30 ANOS DE CANTO LÍRICO DE INAICYRA
FALCÃO.
O
PROJETO ENCONTRO ETNOLÍRICO-DESTINO SÃO PAULO celebra os 30 anos da trajetória
musical da interprete soprano dramática Inaicyra Falcão através de um
intercâmbio com o Runsó, grupo de artistas independentes do estado de São Paulo
e que possui um projeto de valorização da musicalidade preservada pelas
comunidades tradicionais de matrizes africanas. Este projeto foi contemplado no
edital de mobilidade artística e cultural 2016, com o apoio financeiro do
Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria
de Cultura da Bahia. A artista e sua equipe já estão com as passagens aéreas,
hospedagem e alimentação garantidas para ir a SÃO PAULO no próximo mês a fim de
realizar este intercâmbio que prevê uma roda de diálogos sobre canto etnolírico
e apresentações musicais. Mas para que o evento possa acontecer necessitam
ainda cobrir custos que não estão garantidos no edital, a verba arrecadada será
utilizada para remunerar assessoria de imprensa, técnicos do teatros que irão
realizar as apresentações, ajuda de custo para os artistas e equipe técnica
envolvida no projeto, além da produção de um curta documentário que registrará
os melhores momentos do evento e será lançado em Salvador, no decorrer do mês
de outubro.
A idealizadora
do projeto, a produtora cultural Josi Acosta, informa; “a campanha tem duração
de 30 dias e é tudo ou nada, se a meta não for atingida o dinheiro doado será
devolvido a todos os apoiadores. Contamos com sua colaboração para doar, mas
também para divulgar. Temos a certeza de que se cada um contribuir um pouco,
juntos conseguiremos fazer um grande evento!”.
INAICYRA é natural de Salvador, cantora lírica, professora doutora,
livre-docente, pesquisadora das tradições africano-brasileiras, na educação e
nas artes performáticas. Graduada em Dança pela Universidade Federal da Bahia,
com mestrado em Artes Teatrais pela Universidade de Ibadan na Nigéria, doutora
em Educação pela USP e livre docente na área de Práticas Interpretativas pela
Universidade Estadual de Campinas. A técnica e o aperfeiçoamento vocal de
Inaicyra foram adquiridos por meio de cursos sobre a arte lírica com
professores como Suzel Cabral, Neide Thomaz, Glédis Spiere, Indira Menezes e a
maestrina Vera Olivero. Participou do coral da Universidade de Ibadan com o
maestro Oyesiku e a sua primeira apresentação solo foi no Departamento de Artes
Teatrais na Opereta Royal Jester de Smyth Cooper no papel da princesa, em 1986.
Enquanto, que o primeiro recital foi realizado pela ABAL-Associação Brasileira
“Carlos Gomes” de Artistas Líricos, no Centro de Ciências, Letras e Artes de
Campinas, em 1992. No dia 31 de março de
2000 lançou o CD Okan Awa: Cânticos da Tradição Yorubá em homenagem ao
centenário de nascimento de sua avó, Maria Bibiana do Espirito Santo, Mãe
Senhora, célebre iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá, que hoje possui como zeladora
Mãe Stella de Oxóssi. Mãe Senhora descendia da tradicional família Axipá, uma
das linhagens fundadoras do reino africano de Ketu. Dedicou-se
à expansão dos princípios religiosos e dos valores culturais Nagô. Foi aclamada
“Mãe Preta do Brasil” em 1965, numa cerimônia no Maracanã, Rio de Janeiro e, em
1966 foi condecorada pelo governo do Senegal, África, com a “Medalha de
Cavalheiro da Ordem do Mérito” por atuação na preservação da cultura e tradição
africana brasileira. Faleceu no dia 22 de janeiro de 1967. Em Okan Awa Inaicyra
recria esteticamente os poemas e músicas sagradas, dando-lhe uma nova
formatação, advinda de sua postura de estudiosa, e de intérprete original,
estabelecendo a dinâmica entre a tradição e as instituições envolventes, como
se referiu Mãe Senhora: "da porteira pra dentro, da porteira pra fora. A
artista considera que este cd tem contribuído e inspirado outros profissionais
no aprofundamento da reflexão do trabalho do artista cênico, orgânico e plural,
o qual ancora-se na dinâmica de uma cultura tradicional e contemporânea,
recriando uma memória, uma identidade.
RUNSÓ
Para
dizer algo sobre Runsó temos que voltar um pouco lá atrás...nem tanto! Não se
trata de voltar aos primórdios de nossos ancestrais, embora viagem de grande
valia e por vezes evocada por nossos cantos e tambores. A ação cultural deste
projeto surge em 2008 inicialmente com o nome “Abanã” e se tratada de núcleo de
pesquisa e interpretação musical da cultura afrobrasileira em São Paulo, sob
coordenação de seu fundador o musicista Giovani Di Ganzá. Desde então, este
projeto contou com diversas colaborações e participações em sua formação,
passando por duo, trio e quinteto, tornando- se um trabalho de referência
especializado em etnomusicologia fundado na cultura de matriz africana e
realizando apresentações em importantes eventos na cidade de São Paulo e
Europa. Em 2015, entre encontros e reencontros, amigos musicistas engajados nessa
estética desejam dar vazão às novas perspectivas artísticas da cultura
afro-brasileira. Ao vivenciarem cotidiana e ativamente a cena cultural de São
Paulo através de tradicionais roda de samba, saraus, dança afro, teatro negro,
música erudita, música popular em palcos e ruas; Adonai de Assis, Daniel Laino,
Giovani Di Ganzá, Hércules Laino e Nlá Madê Muana reúnem suas artes musicais e
trazem a todas e a todos nós o grupo Runsó. Sem demora surgiram convites para
apresentações. Logo, por meio da boa receptividade do público e também pela
satisfação de realizar este trabalho, o grupo Runsó entrou em estúdio e criou o
álbum: “Runsó - Caboclos e encantarias”. Em 2016, há o desafio de existir como
grupo de artistas independentes, mas com as bençãos dos deuses, orixás... e
claro, sem trabalho não há santo que ajuda, folego não falta. Deixa a Gira
girar!